Instalando servidores Debian e Ubuntu 1

“servidor dedicado” de um “não dedicado”, ou “semi dedicado”

O que diferencia um “servidor dedicado” de um “não dedicado”, ou “semi dedicado”, não é a configuração da máquina, mas simplesmente o fato de ele executar exclusivamente suas funções

de servidor, ou de ser usado também como uma máquina de trabalho. Esta escolha é importante, pois determina a forma como o sistema vai ser instalado e boa parte da configuração. Este tutorial mostra como fazer uma instalação em modo servidor do Debian e do Ubuntu, abordando a configuração inicial, administração do sistema e dicas gerais.

Os servidores podem ser divididos em dois tipos. O primeiro é o servidor dedicado, uma máquina reservada, que executa suas funções em tempo integral. A segunda é o famoso servidor não dedicado, que é uma máquina qualquer que acumula algumas funções de servidor, compartilhando arquivos, impressoras, ou mesmo rodando um pequeno servidor web para a rede interna.

Quando falamos em “servidor dedicado”, vem à mente uma máquina de configuração cavalar, com 4 ou 8 processadores, 5 HDs em RAID e 16 GB de memória RAM. Embora existam realmente muitos servidores assim, eles são uma pequena minoria. A grande maioria dos “servidores dedicados” são máquinas comuns, muitas vezes até máquinas já antigas ou de baixo custo.

Quando você configura um micro antigo para compartilhar a conexão com os outros micros da rede, por exemplo, você está configurando um servidor dedicado, muito embora esteja usando uma máquina antiga. O que diferencia um “servidor dedicado” de um “não dedicado”, ou “semi dedicado”, não é a configuração da máquina, mas simplesmente o fato de ele executar exclusivamente suas funções de servidor, ou de ser usado também como uma máquina de trabalho ou de uso geral. Esta escolha é importante, pois determina a forma como o sistema vai ser instalado e boa parte da configuração.

Por exemplo, se você quer apenas compartilhar alguns arquivos na sua máquina de trabalho, você ativaria o compartilhamento de pastas (no Windows) ou ativaria o servidor Samba (no Linux). Em qualquer um dos dois casos, a máquina passa a ser um servidor de arquivos, mas esta é apenas uma função secundária. Na maior parte do tempo, você vai continuar usando a máquina para navegar, ler e-mails, jogar, etc. A função de servidor neste caso consome poucos recursos da máquina e está longe de ser prioridade.

Imagine, por outro lado, que você alugou um servidor dedicado, hospedado em um datacenter, para hospedar o site da sua empresa. Com certeza, você não iria querer deixar o KDE e o OpenOffice abertos, consumindo recursos da máquina. Como nesse caso a única função da máquina é servir as páginas do site, você vai querer que todos os recursos do hardware fiquem disponíveis para esta função, deixando uma boa margem para que o servidor consiga responder às requisições em tempo hábil mesmo nos horários de pico.

Uma das primeiras coisas que acaba sendo desativada em um servidor dedicado com Linux é o modo gráfico, já que ele consome muitos recursos e serve, basicamente, apenas para rodar aplicativos. Na maioria dos casos você acaba fazendo uma instalação enxuta do sistema, sem nem mesmo instalar os pacotes referentes ao X e aplicativos gráficos, mas em outros você pode querer deixá-lo instalado (se você pretende usar alguma ferramenta de configuração, por exemplo) e apenas mantê-lo desativado até que precise dele.

Na maioria dos casos, toda a administração remota do servidor acaba sendo feita remotamente, principalmente utilizando o SSH. Você pode administrar dezenas de servidores diferentes, espalhados pelo mundo confortavelmente, a partir do seu desktop. É nele que você vai rodar o navegador, leitor de e-mails, etc. Nos servidores propriamente ditos, você acaba usando apenas os comandos de terminal e um editor de textos para editar os arquivos de configuração. Na maior parte do tempo, seu ambiente de trabalho será algo parecido com o screenshot abaixo. 🙂

É por causa disso que utilitários de configuração como o Webmin e o Swat são projetados para funcionarem através do navegador. Isso permite que eles eles fiquem ativos mesmo que o modo gráfico esteja desativado e que consumam poucos recursos do sistema.

Configurar um servidor “puro”, apenas em modo texto, acaba sendo mais complicado do que instalar um desktop típico, afinal, você precisa fazer quase tudo usando comandos de terminal e editando arquivos de texto. Mas, com um pouco de prática, você vai perceber que a maioria das operações são bastante simples. A grande vantagem de trabalhar diretamente nos arquivos de configuração é que o conhecimento pode ser aplicado em qualquer distribuição, diferente do que você teria ao aprender sobre uma ferramenta de configuração em particular.

Para aprender, nada melhor do que colocar a mão na massa. Vamos então começar revisando os passos de instalação de servidores baseado no Debian e no Ubuntu, seguindo a ideia de instalar um sistema enxuto, que você pode utilizar como base para instalar outros serviços e pacotes utilizando o apt-get, além de diversos tutoriais disponíveis por aí.

Texto autoria: Carlos E. Morimoto.